Ceratocone: quanto mais jovem, mais agressiva é a doença

Uma das doenças oculares mais preocupantes, porém, não tão conhecida por todos é o ceratocone. Essa é uma doença que se manifesta em pessoas mais jovens, que atinge a córnea e faz com que ocorra um afinamento progressivo, o que pode levar a alteração no seu formato. 

A questão é que esse afinamento pode prejudicar a qualidade de visão da pessoa, deixando a preocupação de ocorrer a perda da visão. Como essa é uma doença que afeta mais os jovens, ela pode até ser confundida com astigmatismo, por exemplo. Por isso, a prevenção e conhecer os principais cuidados é fundamental para começar o tratamento o mais cedo possível.

Em que idade o ceratocone pode surgir?

Essa doença geralmente se manifesta entre 10 e 25 anos de idade, sendo muito comum de acontecer na infância. Existe a possibilidade da doença progredir até a quarta década de idade ou se estabilizar com o tempo. O ceratocone é uma doença genética considerada rara, que tem como fator hereditário, além de ter uma evolução lenta.

Aqui no Brasil, 1% a 2% da população brasileira é afetada com a doença, que pode ser bilateral e assimétrica, ou seja, pode atingir um ou os dois olhos. A doença é gradual, então, se nada for feito logo no começo, isso pode piorar com o tempo.

Uma das questões que mais preocupam quando uma criança possui ceratocone é o hábito de coçar os olhos. O ato de esfregar ou coçar os olhos pode ser difícil de controlar nesta fase, principalmente em crianças com doenças atópicas (alergias). Quanto mais esse ato é repetido, além da força utilizada, mais a córnea pode ser prejudicada.

Saiba quais são os sintomas do ceratocone

Quem possui a doença pode apresentar sintomas que geralmente são percebidos na escola, já que pode acometer crianças a partir dos 10 anos que podem apresentar dificuldade em ler. Os sintomas são:

  • Sensibilidade à luz (fotofobia);
  • Comprometimento da visão noturna;
  • Visão dupla (diplopia);
  • Formação de múltiplas imagens de um mesmo objeto (poliopia) ou de halos ao redor das fontes de luz, são outros sintomas da doença.

Além disso, existem casos de pessoas que têm a doença e que tem histórico na família que não possui sintomas, ou seja, ceratocone subclínico. Quando esses sintomas aparecem, podem variar de acordo com a fase em que a doença está. É muito comum que o sintoma principal seja a perda progressiva da visão, quando ela fica borrada e distorcida.

É possível prevenir a doença?

Essa é uma preocupação genuína de quem tem ceratocone e tem preocupação de passar para os filhos, já que essa é uma doença genética e hereditária. Porém, ainda não se conhece maneiras que podem ajudar a prevenir realmente o aparecimento da doença. 

O que é orientado pela comunidade médica são ações que podem ajudar a controlar a evolução do ceratocone. Como já dito, o hábito de coçar e esfregar os olhos pode ser prejudicial, sendo assim, controlar esse hábito é muito importante. Outro ponto importante é tratar as doenças atópicas, aquelas que causam alergia e que causam essa coceira, como a rinite alérgica, por exemplo.

Além disso, a consulta com o oftalmologista é fundamental. Se existem casos na família, a consulta deve ser realizada, além de informar se sente algum sintoma ou não. 

Diagnóstico

Para fazer o diagnóstico, o oftalmologista em primeiro lugar irá conversar com o paciente e entender o histórico clínico. Ele vai avaliar se há casos na família e se o paciente se queixa de perda da acuidade visual, por exemplo. Além disso, pode ser solicitado alguns exames como o da lâmpada na fenda, que é um aparelho que permite analisar o olho desde a camada externa da córnea até o nervo óptico.

Outros exames também podem ser solicitados como:

  • Topografia computadorizada;
  • Paquimetria corneana;
  • Tomografia computadorizada.

Esses exames ajudam além de identificar a doença, a também verificar a progressão e o grau de comprometimento da área afetada, para assim, seguir com o tratamento indicado.

Tratamento do ceratocone

Quando a doença ainda está nas fases iniciais, a deformação da córnea pode não ser tão grave, por isso, o tratamento pode ser através do uso dos óculos com grau. Dessa forma, é possível recuperar a qualidade da visão. Conforme o ceratocone evolui, o paciente pode precisar começar a usar lentes de contato, pois elas ajudam a ajustar a superfície anterior da córnea. Isso também ajuda a corrigir o astigmatismo irregular que é causado pela deformidade.

Outro tratamento é o crosslinking, procedimento no qual ajuda a fortalecer as moléculas de colágeno da córnea, o que evita que ela continue abaulando. A técnica conta com a raspagem da superfície da córnea, e depois é aplicado um colírio à base de vitamina B2 e depois um feixe de luz ultravioleta. Esse é um procedimento que não necessita de internação e conta com bons resultados.

Se você possui histórico da doença na família, ou já percebeu alguns sintomas em seus filhos, procure um oftalmologista e não se descuide!

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