Os perigos da luz azul: A verdade!

A luz visível ao olho humano é a parcela do espectro eletromagnético que consegue entrar nos nossos olhos, para ser transformada pelas células visuais em impulsos eletromagnéticos transmitidos ao cérebro.

É difícil definir com precisão o espectro visível, pois a penetração da luz nos olhos varia com a idade dos indivíduos.

É necessário se referir à comissão internacional de iluminação (CIE – Commission Internationale de l Eclairage) que define uma visão de referência entre o comprimento de onda no vácuo de 380 nanômetros (nm) na cor azul e um comprimento de onda no vácuo de 780 nm no vermelho.

O espectro visível ocupa a maior parte do intervalo de comprimento de onda transmitido pela atmosfera terrestre.

Principais cores do espectro: Para cada parcela de comprimento de onda percebido pelo olho humano é atribuída uma cor de referência. Seguem as principais denominações:

Violeta                        380nm – 449nm

Violeta – Azul          449nm – 466nm

Azul – Violeta          466nm – 478nm

Azul                              478nm – 483nm

Azul – Verde            483nm – 490nm

Verde – Azul            490nm – 510nm

Nosso cérebro prefere o branco: Nosso cérebro é projetado para equilibrar automaticamente as cores que percebemos, e está sempre a procura da iluminação mais próxima possível da luz natural. Assim, embora as fontes de iluminação interiores produzam muitas vezes uma luz predominantemente quente, nosso cérebro restabelece uma percepção próxima à luz natural.

No campo da  iluminação, a temperatura da cor informa sobre a matiz da luz que uma fonte luminosa produz, desde as chamadas “cores quentes” ( vermelho predominante) como quando os objetos são iluminados pelo Sol poente, até os chamados tons “frios” (azul predominante ) como o intenso Sol do meio-dia.

A temperatura de cor é dada em graus Kelvin (K). Por exemplo: 2000K corresponde à luz avermelhada da chama de uma vela, 2700K a luz amarelada de uma luz incandescente clássica, 2900K  a luz ligeiramente amarela de uma lâmpada de halogênio, 4000K a um branco neutro, e 6000K a luz rica em componente azul que predomina no Sol do meio-dia. Quanto mais alta é a temperatura de cor, maior a proporção de azul na luz.

Luz azul nas telas

Em todos os tipos de telas a imagem aparece com uma composição de subpixels vermelhos, verdes e azuis justapostos. Atualmente existem 3 tipos de telas:

– As telas clássicas de LCD ( Liquid Cristal Display)

– As telas LCD iluminadas por LED (Light Emitting Diodes)

– As telas OLED (Organic Light Emitting Diodes) ou AMOLED (Active-Matrix Organic Light Emitting Diodes)

O LCD clássico:  É o mais comum para televisões e computadores. A luz é emitida por um tubo fluorescente atrás da tela. A luz emitida pelos tubos atravessa o painel LCD. As partículas vermelhas,verde e azuis formam a imagem final percebida pelo utilizador.

Se uma luz azul tóxica é emitida pelos tubos, ela não será transmitida diretamente para o usuário devido à sua passagem pelo painel LCD. Por isso há pouco risco.

LCD iluminado por LED: Os tubos fluorescentes são substituídos por LEDs distribuídos atrás da tela LCD. Aqui é uma tecnologia LCD cuja retro iluminação foi modificada. Quanto mais diodos, melhor será a homogeneidade.

As telas de OLED (Organic Light Emitting Diode) ou AMOLED (Active-Matrix Organic Light Emitting Diode) não há iluminação atrás do painel LCD. Cada subpixel torna-se um diodo vermelho, verde ou azul, que emite sua própria luz. Uma luz emitida diretamente pelas partículas reduz consideravelmente a espessura dessas telas, são muito usadas nos tablets e smartphones.

Os riscos da luz azul para o olho: Evidências científicas

O primeiro estudo feito em 1966 junto com trabalhos de John Marshall iniciados em 1972 são os precursores no assunto . Os riscos começam a se especificar no artigo de W. Dawson publicado em 2001. Os autores expuseram dois macacos frente a duas fontes que emitiam o azul, um laser de 458 nm e um LED de 460 nm. Um exame de fundo de olho foi  realizado a j2 e j30. Haviam pouquíssimas diferenças entre as lesões do laser e do LED. As lesões apareceram quando a irradiação era maior que 30j/cm². Os pesquisadores concluíram que há risco para a retina quando o LED emite na luz azul.

Um artigo recente de 2015 mostra uma alteração na retina de ratos após a exposição a luz LED, brancas e azuis encontradas no comércio.

Condições experimentais, intensidade da irradiação e os métodos de estudos não permitem uma conclusão definitiva sobre os riscos das lâmpadas LED comercializadas, mas sugerem um alerta a ser considerado.

Resumo:

  • A luz azul de comprimento de onda entre 415 e 455nm é  tóxica para a retina na medida que pode alcançá-la. Este é certamente o caso em crianças na quais a córnea e cristalino deixam passar quase toda luz azul,porém conforme  envelhecemos e o cristalino torna se amarelado, o mesmo impede a luz azul de atravessar os meios ópticos.
  • Todas as experiências científicas dizem respeito a uma aplicação curta de luz azul intensa.
  • Nenhuma publicação relatou o efeito eventualmente cumulativo no tempo da luz azul recebida durante a vida, tanto no desenvolvimento da catarata ou da degeneração macular senil.
  • A luz azul resultante da iluminação por LED é tão tóxica quando a luz natural.
  •  Os sintomas atribuídos a luz azul das telas são principalmente de fadiga visual, cefaléias, distúrbios do sono, etc.

Conclusão

A luz azul, elemento predominante da luz natural, é a luz que nosso cérebro procura. A toxicidade aguda foi cientificamente demonstrada, porém, a toxicidade cumulativa ainda necessita ser confirmada, quanto aos riscos de desencadear catarata ou degeneração macular.

O risco da luz azul eventualmente emitida pelas telas é baixo para exposições de curta duração e à distância adequada, porém para exposições longas e menor distancia, a toxicidade foi confirmada. Os sintomas  atribuídos a luz azul das telas são principalmente, fadiga visual por solicitação excessiva da convergência e acomodação, bem como o agravamento dos sintomas de olho seco.

Podemos proteger os nossos olhos da luz azul natural pelo uso de óculos com lentes adequadas, mas é difícil se proteger das lâmpadas LED, na quais é indicado preferir  lâmpadas “branco quente” a 2700 K. Quanto as outras telas de OLED e AMOLED, a única proteção seria o uso intermitente e de curta duração.

Facebook
Pinterest
Twitter
LinkedIn
Dr. Claudio Lottenberg

Geral, Córnea, Catarata e Refrativa

Dr. Diego Monteiro Verginassi

Geral, Retina e Vítreo e Trauma Ocular

Dra. Carolina Engelbrecht

Geral, Catarata e Refrativa

Dr. Luiz Guilherme M. Pimentel

Geral, Glaucoma Clínico e Cirúgico

Dra. Lilian Arantes Peixoto

Geral e Retina Clínica

Dra. Marina Lourenço de Conti

Plástica Ocular

O melhor para a sua saúde ocular